
O debate sobre o método cientifico se interlaça com o desenvolvimento da ciência desde o começo. Como vimos, a primeira ideia sobre o método da ciência, influenciada por o trabalho de filósofos como Francis Bacon e mas tarde John Stewart Mill, era bastante naive. Basicamente, segundo essa versão "pão com ovo" do método, os cientista coletam e classificam dados empíricos de forma totalmente neutral com respeito as hipóteses (sem preconceitos). Secundariamente, "deduzem" hipóteses a partir desses dados, e finalmente as testam empiricamente.

Os positivistas lógicos, como vimos, tinham uma concepção menos ingenua sobre o método. Hoje na aula ilustrei as ideias de Carl Gustav Hempel (leiam o texto linckado aqui embaixo), o máximo exponente desta concepção indutivista. Para ilustrar a sua concepção, Hempel usou o exemplo famoso da descoberta por tentativas e erros das causas da assim chamada "febre puerperal", que matou inúmeras parturientes no hospital geral de Viena entre 1844 e 1848 (e no mundo inteiro).
Segundo o quadro que emergiu da analysis de Hempel, os cientistas não começam por coletar dados de forma indiscriminada, e sim por uma pergunta. No caso em questão, a pergunta é: qual é a causa do numero desproporcionado de mortes no reparto do hospital de Viena? A fase de formulação das hipótese não seria parte do método estritamente dito. Podemos usar qualquer método para chegar a formular uma hipótese. O que contradistingue o método cientifico, segundo essa concepção, são os testes aos quais subpomos as nossas hipóteses. Basicamente, derivamos consequências observáveis da nossa hipótese, e fazemos experimentos para confirmá-la ou refutá-la (provar que é falsa).

Devemos então distinguir o contexto da descoberta (livre, creativo, e possivelmente as vezes até irracional), do contexto da justificação, que sigue a logica indicada emcima.
Leituras essenciais:
Hempel - Investigação científica
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